...não perturbe....
quarta-feira, 28 de março de 2007
...
há um muro de concreto
entre nossos lábios
há um muro de Berlim
dentro de mim
tudo se divide
todos se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
todos se separam
há espaço pra todos
há um imenso vazio
nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração
entre nossos lábios
há um muro de Berlim
dentro de mim
tudo se divide
todos se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
todos se separam
há espaço pra todos
há um imenso vazio
nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração
terça-feira, 20 de março de 2007
segunda-feira, 19 de março de 2007
Coisas para ler numa segunda....
Está insanamente ocupada para sexo? Então leve seu BlackBerry para a cama
Lucy Kellaway
De tempos em tempos eu digo ao meu marido que sou uma mulher à beira de um colapso nervoso. Então exponho item por item tudo o que fiz naquele dia e todas as coisas que farei no seguinte.
A lista é interminável: artigos para escrever, mensagens cansativas para ler e enviar, uma luz piloto com problemas na caldeira, um kit esportivo infantil que foi descuidadamente esquecido no ônibus e assim por diante. Quando termino ele sempre diz, de uma forma um tanto professoral: "Você leva uma vida muito feliz e plena. Você não iria querê-la de outra forma".
Isso fica aquém da resposta que buscava, que é: "Você é uma maravilha!" ou pelo menos, "posso lhe preparar uma xícara de chá?" Mas o que é ainda mais incômodo é a suspeita de que ele possa estar certo. Minha vida atarefada pode não ser o que está me empurrando ao limite. Pode ser a coisa que me mantém sã.
Essa suspeita cresceu na semana passada após ler "CrazyBusy" (insanamente ocupado), um guia de auto-ajuda para aqueles que têm coisas demais a fazer. O subtítulo, "Sobrecarregado, superatarefado e prestes a estourar", transmitia alguma esperança de que o autor, o dr. Edward M. Hallowell, poderia me entender de uma forma que meu marido evidentemente não entendia.
Segundo o dr. Hallowell, esse excesso de atividade é endêmico. Quase todo mundo está ocupado demais. Nós todos estamos correndo mais e mais rápido em nossa agitação diária viciante e sem sentido, nos tornando ineficientes, desgastados e irritáveis. Nós estamos tão ocupados respondendo a exigências aleatórias que estamos perdendo de vista as coisas que importam. Nós paramos de pensar e estamos desperdiçando nossas vidas.
O dr. Hallowell percebeu quão ruins as coisas se tornaram quando certo dia recebeu uma paciente em seu consultório e ela lhe perguntou se era normal que seu marido mantivesse seu BlackBerry ao lado dela enquanto faziam sexo.
"O fato de essa mulher não ter idéia de que o comportamento de seu marido era inaceitável, se não insano, foi o momento em que tive certeza de tínhamos criado um novo mundo", ele escreve.
Ler aquilo foi o momento em que tive certeza de que estar atarefada não era um grande problema e que o assunto é tratado com excesso de sentimentalismo. Primeiro, os hábitos de quarto deste casal. Os aparelhos que eles mantêm próximos deles enquanto copulam é problema deles. Eu não vejo nada de errado em ter um BlackBerry em um lado da cama, e aposto que muita gente faz isto. Certamente há telefones em quartos há muito tempo e eles certamente são mais intrometidos, já que tocam.
Mas de forma mais geral, toda a tese está errada -estar atarefado não é uma maldição da vida moderna como o dr. Hallowell sugere. Apesar de estar insanamente ocupada e passar grande parte do meu tempo distraída, perdendo coisas e enviando mensagens inúteis, eu não vejo evidência de que isto esteja atrapalhando minhas prioridades.
No meu criado-mudo tenho "A Abadia de Northanger" (que alguém poderia argumentar ser uma barreira tão grande à intimidade quanto um BlackBerry). O livro serve como um lembrete do que as pessoas costumavam fazer antes de estarem insanamente ocupadas.
Na época de Jane Austen havia outra compulsão social ainda mais preocupante que afligia a classe média: o ociosidade insana. Em Bath (que era altamente estimulante em comparação ao interior), as mulheres não pensavam em nada sobre não fazer nada toda manhã e então ir toda tarde ao Pump Room para assistir outras fazerem muito pouco. E longe de tal inatividade clarear a mente para grandes pensamentos, a srta. Allen apenas se preocupava sobre se era melhor vestir o vestido de musselina liso ou com prega.
Nem suas vidas eram melhores por serem poupadas da correria insensata da tecnologia. Pelo contrário: a cena dolorosa em que Catherine aguarda por uma hora pelo charmoso sr. Tilney, apenas para ser levada pelo insosso sr. Thorpe, nunca teria ocorrido caso o sr. Tilney lhe tivesse enviado uma mensagem de texto dizendo "vejo você mais tarde".
Um exemplo ligeiramente mais atualizado da superioridade do atarefamento é apresentada por uma amiga que é uma mãe e mulher que trabalha fora bem-sucedida e que no último fim de semana foi a uma fazenda spa para fugir de seu estilo de vida maníaco. Quando ela voltou, eu perguntei se foi bom. "Não", ela disse. A ociosidade forçada foi sem sentido e deprimente, especialmente quando ela teve que se sentar quieta com uma máscara de aveia fétida aplicada no rosto.
O dr. Hallowell teria pouca fé nisto. Ele diria que ela era uma viciada enfrentando sintomas de abstinência: que nosso excesso de atividade nos torna hamsters em uma roda e que quando saímos dela nos sentimos inúteis, tontos e desesperançosos. Mas há outra explicação melhor. Ser insanamente ocupado (mesmo quando periodicamente faz você se sentir à beira do colapso) ainda é muito melhor do que ficar sentado inutilmente com mingau no rosto.
Eu posso pensar em cinco motivos para isto.
Lucy Kellaway
De tempos em tempos eu digo ao meu marido que sou uma mulher à beira de um colapso nervoso. Então exponho item por item tudo o que fiz naquele dia e todas as coisas que farei no seguinte.
A lista é interminável: artigos para escrever, mensagens cansativas para ler e enviar, uma luz piloto com problemas na caldeira, um kit esportivo infantil que foi descuidadamente esquecido no ônibus e assim por diante. Quando termino ele sempre diz, de uma forma um tanto professoral: "Você leva uma vida muito feliz e plena. Você não iria querê-la de outra forma".
Isso fica aquém da resposta que buscava, que é: "Você é uma maravilha!" ou pelo menos, "posso lhe preparar uma xícara de chá?" Mas o que é ainda mais incômodo é a suspeita de que ele possa estar certo. Minha vida atarefada pode não ser o que está me empurrando ao limite. Pode ser a coisa que me mantém sã.
Essa suspeita cresceu na semana passada após ler "CrazyBusy" (insanamente ocupado), um guia de auto-ajuda para aqueles que têm coisas demais a fazer. O subtítulo, "Sobrecarregado, superatarefado e prestes a estourar", transmitia alguma esperança de que o autor, o dr. Edward M. Hallowell, poderia me entender de uma forma que meu marido evidentemente não entendia.
Segundo o dr. Hallowell, esse excesso de atividade é endêmico. Quase todo mundo está ocupado demais. Nós todos estamos correndo mais e mais rápido em nossa agitação diária viciante e sem sentido, nos tornando ineficientes, desgastados e irritáveis. Nós estamos tão ocupados respondendo a exigências aleatórias que estamos perdendo de vista as coisas que importam. Nós paramos de pensar e estamos desperdiçando nossas vidas.
O dr. Hallowell percebeu quão ruins as coisas se tornaram quando certo dia recebeu uma paciente em seu consultório e ela lhe perguntou se era normal que seu marido mantivesse seu BlackBerry ao lado dela enquanto faziam sexo.
"O fato de essa mulher não ter idéia de que o comportamento de seu marido era inaceitável, se não insano, foi o momento em que tive certeza de tínhamos criado um novo mundo", ele escreve.
Ler aquilo foi o momento em que tive certeza de que estar atarefada não era um grande problema e que o assunto é tratado com excesso de sentimentalismo. Primeiro, os hábitos de quarto deste casal. Os aparelhos que eles mantêm próximos deles enquanto copulam é problema deles. Eu não vejo nada de errado em ter um BlackBerry em um lado da cama, e aposto que muita gente faz isto. Certamente há telefones em quartos há muito tempo e eles certamente são mais intrometidos, já que tocam.
Mas de forma mais geral, toda a tese está errada -estar atarefado não é uma maldição da vida moderna como o dr. Hallowell sugere. Apesar de estar insanamente ocupada e passar grande parte do meu tempo distraída, perdendo coisas e enviando mensagens inúteis, eu não vejo evidência de que isto esteja atrapalhando minhas prioridades.
No meu criado-mudo tenho "A Abadia de Northanger" (que alguém poderia argumentar ser uma barreira tão grande à intimidade quanto um BlackBerry). O livro serve como um lembrete do que as pessoas costumavam fazer antes de estarem insanamente ocupadas.
Na época de Jane Austen havia outra compulsão social ainda mais preocupante que afligia a classe média: o ociosidade insana. Em Bath (que era altamente estimulante em comparação ao interior), as mulheres não pensavam em nada sobre não fazer nada toda manhã e então ir toda tarde ao Pump Room para assistir outras fazerem muito pouco. E longe de tal inatividade clarear a mente para grandes pensamentos, a srta. Allen apenas se preocupava sobre se era melhor vestir o vestido de musselina liso ou com prega.
Nem suas vidas eram melhores por serem poupadas da correria insensata da tecnologia. Pelo contrário: a cena dolorosa em que Catherine aguarda por uma hora pelo charmoso sr. Tilney, apenas para ser levada pelo insosso sr. Thorpe, nunca teria ocorrido caso o sr. Tilney lhe tivesse enviado uma mensagem de texto dizendo "vejo você mais tarde".
Um exemplo ligeiramente mais atualizado da superioridade do atarefamento é apresentada por uma amiga que é uma mãe e mulher que trabalha fora bem-sucedida e que no último fim de semana foi a uma fazenda spa para fugir de seu estilo de vida maníaco. Quando ela voltou, eu perguntei se foi bom. "Não", ela disse. A ociosidade forçada foi sem sentido e deprimente, especialmente quando ela teve que se sentar quieta com uma máscara de aveia fétida aplicada no rosto.
O dr. Hallowell teria pouca fé nisto. Ele diria que ela era uma viciada enfrentando sintomas de abstinência: que nosso excesso de atividade nos torna hamsters em uma roda e que quando saímos dela nos sentimos inúteis, tontos e desesperançosos. Mas há outra explicação melhor. Ser insanamente ocupado (mesmo quando periodicamente faz você se sentir à beira do colapso) ainda é muito melhor do que ficar sentado inutilmente com mingau no rosto.
Eu posso pensar em cinco motivos para isto.
Tradução: George El Khouri Andolfato |
quinta-feira, 15 de março de 2007
Pra que ninguém esqueça
Sou de extremos... e de lua tb...
Amo com a mesma intensidade que odeio...
acordo de muito mau humor, principalmente qdo acordo cedo... mas depois passa... ou não... sou muito indecisa... mas qdo decido não mudo de idéia...
sou capaz de morrer por um ideal... ou por um amigo... ou pelo amor...
sou zen... mas tb fico zen paciencia muitas vezes... principalmente no trânsito...
adoro ficar sozinha... mas tb adoro companhia....
falo pra caramba... mas se estou incomodada sou capaz de passar hoooras caladíssima...
se não como ou durmo, algo está errado...
não gosto de me arrepender do que fiz, td tem um porquê... não existe acaso, td está escrito
me irrito muito facil, mas estou tentando mudar
gosto de muitas coisas simples.... cheiro de mar, cheiro de café e chocolate, brisa no cabelo, estrelas, por do sol, banho quente, cheiro de fruta, ouvir o mar a noite, sair sem rumo, perder o rumo, dirigir, cantar, cantar beeem alto, ficar rouca de tanto rir
acho q as pessoas muitas vezes se incomodam com bobagens... a vida é muito curta pra coisas tão pequenas...
Amo com a mesma intensidade que odeio...
acordo de muito mau humor, principalmente qdo acordo cedo... mas depois passa... ou não... sou muito indecisa... mas qdo decido não mudo de idéia...
sou capaz de morrer por um ideal... ou por um amigo... ou pelo amor...
sou zen... mas tb fico zen paciencia muitas vezes... principalmente no trânsito...
adoro ficar sozinha... mas tb adoro companhia....
falo pra caramba... mas se estou incomodada sou capaz de passar hoooras caladíssima...
se não como ou durmo, algo está errado...
não gosto de me arrepender do que fiz, td tem um porquê... não existe acaso, td está escrito
me irrito muito facil, mas estou tentando mudar
gosto de muitas coisas simples.... cheiro de mar, cheiro de café e chocolate, brisa no cabelo, estrelas, por do sol, banho quente, cheiro de fruta, ouvir o mar a noite, sair sem rumo, perder o rumo, dirigir, cantar, cantar beeem alto, ficar rouca de tanto rir
acho q as pessoas muitas vezes se incomodam com bobagens... a vida é muito curta pra coisas tão pequenas...
terça-feira, 6 de março de 2007
Eu não
Eu não gosto que me digam o que fazer.
Eu não sei ouvir e ficar quieta.
Eu não quero sentir vergonha alheia.
Eu não faço nada que não acredito.
Eu não sei ficar brava sem falar alto.
Eu não sei controlar a raiva quando estou brava.
Eu não sei aguentar o choro.
Eu não penso antes de falar.
Mas não me arrependo de ter falado.
Eu não gosto do frio.
Mas não suporto mais esse calor.
Eu também não passo mais frio.
Eu não consigo me concentrar quando tenho preguiça.
Eu não sei mais como mandar a preguiça embora.
Eu não sou católica.
Eu não sou lá muito santa.
Eu não consigo terminar de rezar antes de dormir.
Eu não pensava em ter filhos.
Eu não tenho paciência de esperar.
Eu não sei brincar com crianças.
Eu não me sinto mais sozinha.
Eu não tenho mais medo de casar.
Eu não uso aliança.
Eu não faço questão.
Eu não gosto de cozinhar.
Eu não gosto que duvidem que eu saiba cozinhar.
Eu não gosto que duvidem de mim.
Eu não gosto que me subestimem.
Eu não uso batom.
Eu quase nunca uso maquiagem.
Eu não pinto o olho.
Eu não tenho mais 20 anos.
Eu não tenho 30 anos ainda.
Eu não sou só designer.
Eu não sei me definir.
Eu não sou uma coisa só.
Eu não sei ouvir e ficar quieta.
Eu não quero sentir vergonha alheia.
Eu não faço nada que não acredito.
Eu não sei ficar brava sem falar alto.
Eu não sei controlar a raiva quando estou brava.
Eu não sei aguentar o choro.
Eu não penso antes de falar.
Mas não me arrependo de ter falado.
Eu não gosto do frio.
Mas não suporto mais esse calor.
Eu também não passo mais frio.
Eu não consigo me concentrar quando tenho preguiça.
Eu não sei mais como mandar a preguiça embora.
Eu não sou católica.
Eu não sou lá muito santa.
Eu não consigo terminar de rezar antes de dormir.
Eu não pensava em ter filhos.
Eu não tenho paciência de esperar.
Eu não sei brincar com crianças.
Eu não me sinto mais sozinha.
Eu não tenho mais medo de casar.
Eu não uso aliança.
Eu não faço questão.
Eu não gosto de cozinhar.
Eu não gosto que duvidem que eu saiba cozinhar.
Eu não gosto que duvidem de mim.
Eu não gosto que me subestimem.
Eu não uso batom.
Eu quase nunca uso maquiagem.
Eu não pinto o olho.
Eu não tenho mais 20 anos.
Eu não tenho 30 anos ainda.
Eu não sou só designer.
Eu não sei me definir.
Eu não sou uma coisa só.
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